66% dos brasileiros com deficiência sofreram discriminação no último ano

Estudo da Kantar aponta oportunidades para marcas acertarem em ações de DEI para esse público
10 setembro 2024
66% das pessoas com deficiência (PCDs) afirmaram ter sofrido discriminação no último ano
Rafael Farias Teixeira
Rafael
Farias Teixeira

Marketing Executive, Brasil

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A 17ª edição dos Jogos Paralímpicos, que aconteceu entre 28 de agosto e 8 de setembro, também em Paris, na França, contou com 185 delegações e 4.400 atletas em 22 modalidades. O Brasil chegou a essa edição com a segunda maior delegação, com 255 profissionais, atrás apenas da China, com 280.

A delegação brasileira bateu recorde de medalhas, com 89 pódios conquistados, alcançou o maior número de ouros, com 25, e terminou em quinto lugar no quadro geral dos Jogos.

Segundo o nosso estudo Brand Inclusion Index (BII) no Brasil, 66% das pessoas com deficiência (PCDs) afirmaram ter sofrido discriminação no último ano. Esses episódios de intolerância ocorrem em lugares variados: 32% afirmaram que aconteceram no trabalho, 26% enquanto faziam compras e 23% nas redes sociais.

O Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, cerca de 8,9% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, 69% se sentem representadas apenas de vez em quando em campanhas publicitárias, enquanto 7% dizem nunca se sentir representadas.

Ainda assim, 88% das PCDs consideram que é importante que as empresas das quais compram promovam ativamente a diversidade e a inclusão nos seus próprios negócios ou na sociedade como um todo.

 

Marcas esportivas são exemplos de DEI para PCDs

O BII também pediu para os entrevistados indicarem, por meio de dois métodos – não solicitado e solicitado –, marcas nacionais e globais ativas em marketing de inclusão, lembradas por suas atividades em DEI. Para PCDs, Natura e duas marcas de artigos esportivos, Nike e Adidas, foram os destaques.

“Nike e Adidas mostram variedade de corpos, são inclusivas em seus anúncios, mas também defendem diferentes grupos como ativos e transformadores, repercutindo muito com pessoas com deficiência, que muitas vezes se veem invisibilizadas”, afirma Teixeira. “Elas também colocam seu discurso em prática, criando produtos específicos para as necessidades de PCDs, investindo em eventos e lojas acessíveis e oferecendo vagas afirmativas.”

 

Como criar uma estratégia de DEI que faz a diferença

Nossa análise mostra que as marcas mais inclusivas têm três coisas em comum: uma estratégia de DEI bem pensada e comprometida em longo prazo, uma execução criativa impecável e coragem. Trata-se de coragem de criar essas ações e se manter firme no propósito de dar voz a esses grupos sub-representados.

Aqui listo alguns pontos importantes no caminho para se tornar uma marca que se dedica à DEI:

 

  • Comprometer-se ativamente a abordar a desigualdade dentro do seu negócio e setor – para clientes e funcionários;
  • Inovar em produtos ou serviços que atendem às necessidades de populações sub-representadas;
  • Certificar-se de que o atendimento ao cliente contempla as necessidades exclusivas de cada população;
  • Oferecer um ambiente seguro para todos;
  • Criar mensagens que contam as histórias não contadas de populações sub-representadas do ponto de vista desses grupos.

 

Sobre o Brand Inclusion Index 2024 (BII)

O Brand Inclusion Index 2024 (BII) da Kantar foi realizado com mais de 23 mil pessoas em 18 países. No Brasil, foi avaliada a opinião de 1.012 indivíduos de quatro grupos sub-representados: mulheres, pessoas pretas e pardas, pessoas com deficiências (PCDs) e comunidade LGBT+.

A análise concentra-se na percepção dos consumidores sobre diversidade, equidade e inclusão de uma marca – o que eles veem, sentem, pensam e como a consideram como resultado. Na prática, mostra as oportunidades de aprendizado para as empresas acertarem em ações nesse contexto.

Empresas podem comprar o relatório completo para entender melhor que caminhos seguir para aprimorar seu próprio índice.

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